Em Estância
o regime ditatorial que se instalou no Brasil a partir de março de 1964, fez
suas vítimas e também assustou muita gente. Pessoas importantes e também
simples foram presas injustamente.
No próximo dia 31 do mês em curso está
completando cinqüenta anos do golpe militar ocorrido em 1964 que de início
parecia que vinha para melhorar a situação do Brasil que andava meio tumultuada,
mas que depois se tornou um terror para muitos brasileiros. Com o golpe
derrubaram o governo de João Goulart e como se tem conhecimento acarretou profundas modificações na organização
política do país, bem como na vida econômica e social. Todos os cinco
presidentes militares que se sucederam desde então declararam-se herdeiros e
continuadores da Revolução de 1964. Aqui em Estância prenderam o prefeito da época
e algumas pessoas ligadas ao Sindicato Rural também foram parar na prisão no
quartel do 28º BC em Aracaju.
Em Sergipe
o prisioneiro mais famoso foi o governador Seixas Dória (existiram outros), por ser possuidor
de um grande talendo para discursar, por isso tinha participado do famoso comício
de 13 de março na Central do Brasil no Rio de Janeiro, no dia 2 de abril também
foi preso. Seixas foi levado para Salvador e da prisão baiana enviou carta ao
recem empossado presidente Castello Branco, desafiando o mesmo para indicar
qual foi o crime que tinha craticado. Não obteve resposta, mas um militar
graduado lhe ofereceu a possibilidade de retornar ao governo de Sergipe, caso
ele assinasse um manifesto em apoio ao novo regime. Como ele recusou em assinar
o tal manifesto foi enviado para prisão de Fernando de Noronha com o amigo
Miguel Arraes.
Aqui
eu lembro de meu saudoso pai que tinha um amigo que se dizia comunista e possui
um rádio da marca “RCA Victor” que media aproximadamente 30x60cm, que escutava
sempre um programa intulado “A Voz de Moscou”. O programa radiofônico naquela época
só valorizava o comunismo e com isso meu pai andava assustado porque pensava
que caso o amigo fosse preso, ele também poderia ser também acusado de ser um
comunista, imagina! Durante aqueles
dias, comunista era inimigo número um do novo regime. O medo procedia tendo em
vista que algumas pessoas foram presas em Estância que pertenciam ao círculo de
amizade do Pe. Almeida.
A verdade
que em nossa cidade com o passar dos dias o medo foi se instalando e um fato
interessante aconteceu no
dias que se seguiram ao golpe militar. Em um dia de domingo, estando Pe.
Almeida celebrando a missa das 19 horas Catedral de Estância, no momento da
homilia começou a criticar o novo regime. Só que na Prefeitura onde estavam
alojados os militares, o comandante na janela escutava o sermão pelo som
externo da Igreja. Alguns fiéis com medo, achando que os militares iriam
invadir a Igreja e prender o celebrante e os que se encontravam no recinto, saíram
antes do final da missa assustados. Esse gesto de alguns católicos estancianos
é a prova de que por aqui a ditadura também fez medo a muita gente logo após 31
de março. Já em 1971 comentaram que Carlos Lamarca passaria por Estância e
muita gente ficou assustada. Só que dias depois ele foi morto pelas “forças de
segurança”.
Atualmente eu observo que tem muita
gente falando em democracia e condena as arbitrariedades cometidas durante o
regime ditatorial. Fazem seminários e vai para a imprensa fazer comentários
condenando os ditadores e ainda dizem que no Brasil não se vive uma democracia
plena. Entretanto, muitos deles vivem a elogiar a ditadura de Fidel Castro e
são filiados ao Partido que mantém um Governo que está gastando 957 milhões de
dólares na construção de um Porto em Cuba e trouxe médicos cubanos para
trabalhar no Brasil em regime de escravidão, burlando as nossas leis
trabalhistas, tão defendidas pelos sindicalistas. Segundo um líder sindical: é
muita falácia! Ou melhor: farisaísmo legítimo!
A verdade que ditadura jamais! Viva a Democracia!