A FESTA JUNINA DE ESTÂNCIA É ASSIM!!!
No mês de junho comemoramos
Santo Antônio e São João
E também festejamos
São Pedro com devoção!
Tem barco de fogo
Busca-pés e espadas
Comidas e bebidas típicas
Danças, forró e batucadas!
Além de ruas enfeitadas
Tem alegria contagiante
Que envolve os estancianos
Em noites aconchegantes!
E Viva a São João!!!

Pensamento:
"A lâmpada que você leva na mão para iluminar o caminho de alguem ilumina primeiro você mesmo e o seu caminho".
"O maior perigo, diante de tanta violência no mundo atual, é que nos façamos insensíveis (Oscar Romero).
"Vale mais operar o bem para quem está perto do que queimar incenso à distãncia" (Provérbio chinês).

A serviço da informação estanciana.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

TIA ALICE: 102 ANOS DE MUITA HISTÓRIA

No último dia 16 de fevereiro deste ano, Tia Alice deixou este mundo e foi para a casa do Pai Celestial. Ela que nasceu em 08 de junho de 1912 em Itaporanga d’Ajuda e com oito anos veio residir em Estância, pois, naquela época seus pais resolveram tentar dias melhores em outra localidade. Em Estância aos quinze anos foi trabalhar na fábrica Santa Cruz e de lá só saiu por questões de saúde no início dos anos cinqüenta do século passado e logo foi aposentada por invalidez. Sendo a mais velha de quatros irmãos, viu todos falecerem e também presenciou muitos fatos que aconteceram em sua trajetória de vida terrena, não só em Estância, mas também no Brasil e no mundo. Nunca casou e por isso não teve filhos. Por ela ser bastante religiosa pertenceu a Pia União das Filhas de Maria, uma associação religiosa que com passar dos anos desapareceu na paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe.

Quando ela nasceu quem era o presidente da província de Sergipe era o General José de Siqueira Menezes. O presidente da república era o republicano Hermes Rodrigues da Fonseca. Em Estância o grupo político era liderado pelo Coronel Manuel Dantas. O Papa da época era Pio X e o Bispo de Sergipe era Dom José Thomaz Gomes da Silva, pois, a Diocese de Aracaju abrangia todo território sergipano. Na freguesia de Estância tinha como Vigário Monsenhor Vitorino Correa Fontes. Esse era o contexto político-social-religioso de Estância. Em nível de Brasil começou um conflito armado conhecido como a  Guerra do Contestado na região sul. Na região nordeste, em Pernambuco, nascia o famoso Luiz Gonzaga e na Europa a partir de 1914 surge à primeira Guerra Mundial e começam as aparições de Nossa Senhora em Fátima.
A partir da década de 1920, começaram a surgir no cenário nacional alguns fatores sociais e políticos que contribuíram decisivamente para o declínio e o fim da República Velha. O agravamento da crise econômica, a eclosão de revoltas e começam os levantes militares: o Movimento Tenentista, a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, a Revolução de 1924, a Coluna Prestes. O crescimento das camadas sociais urbanas, além do acirramento dos conflitos políticos devido à progressiva divisão das oligarquias dominantes formou o conjunto de fatores que provocaram a Revolução de 1930. No final da década de 20, Tia Alice começa a trabalhar na fábrica Sta Cruz. Todo que se passava no Brasil ninguém tinha conhecimento como nos dias atuais, ou era por telegrama ou por jornais que pouquíssimas pessoas liam, depois é que surge o rádio.
O rebuliço político continua no país e Getúlio Vargas instala o estado Novo. Por outro lado, o operariado cresce em número e em organização provocando o surgimento de sindicatos trabalhistas. Os sindicatos lutam contra as longas jornadas de trabalho, os baixos salários, começa a vigilância e repressão policial. Surgem as Leis Trabalhistas, o voto feminino e secreto, começa o grande desenvolvimento industrial da década de 1930. Entretanto, em 1939 começa outra Guerra Mundial. Em fevereiro de 1942, submarinos alemães iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no Oceano Atlântico e o Brasil vai à guerra. Período de tristeza e apreensão com os estancianos convocados para guerra. Porém, Tia Alice, residindo em uma cidade do interior ficava só observando o desenrolar dos acontecimentos, sendo radicalmente contra aos comunistas, fascistas e nazistas. 
No início da década de 1950 começaram os problemas de saúde, se afastou do seu emprego e Getúlio suicida-se. Como leiga atuante da Igreja Católica participou ativamente do movimento em prol da criação da Diocese de Estância. Mesmo não sendo uma pessoa culta, mas ajudava nos trabalhos de catequese até quando a idade o permitiu. Quando aconteceu um tiroteio em Estância entre o grupo da Prefeita Núbia Macedo e a oposição, Tia Alice estava chegando à Matriz e rapidamente procurou se proteger indo para a lateral superior da Igreja. Foi participante de grandes solenidades religiosas: festas de Natal e Ano Bom, Nossa Sra de Guadalupe, Santa Cruz, Sr do Bonfim, Nossa Senhora da Ajuda em sua cidade Natal, Senhor dos Passos em São Cristovão, Divina Pastora e tantas outras. Entretanto, nunca acreditou que o homem foi a Lua e tão pouco se interessou pela ditadura militar, pois, a mesma nunca afetou no seu cotidiano. Porém, vibrava com as conquistas do time do Santa Cruz.

Diante de sua pequenez e por “não se ligar” em assuntos políticos, mas sempre manteve uma admiração especial pelos primeiros proprietários da fábrica Santa Cruz e outros personagens como Getúlio Vargas, Senador Julio Leite, Monsenhor Santiago e Dom José B. Coutinho. Assim foi Tia Alice que nos deixou com seus 102 anos de muita simplicidade que no dia de seu centenário disse que queria viver mais cem anos. Com bastante fé e devoção, diariamente rezava o Rosário, sempre estava com o terço nas mãos recitando e cantarolando hinos religiosos. Descanse em paz!        

domingo, 3 de maio de 2015

ESTÂNCIA: 167 ANOS DE ELEVAÇÃO A CATEGORIA DE CIDADE

                                                                                                                    
Com relação a festa cívica para comemorar a elevação de cidade que acontece em quatro de maio, entretanto, existe outra data histórica que também é digna de comemoração.

Acredita-se que todo estanciano tem conhecimento de que a cidade da Estância começa a ser fundada em 16 de setembro de 1621, quando o capitão-mor João Mendes concedeu uma sesmaria de três léguas quadradas de terras às margens do Rio Piaui a Pedro Homem da Costa e Pedro Alves para plantar, criar gado e morar com seus empregados (Cf. FRANÇA, Vera Lúcia e GRAÇA, Rogério Freire. Vamos conhecer Estância). Durante muito tempo, Estância foi subordinada à Vila de Santa Luzia do Rio Real, atualmente Santa Luzia do Itanhy. Só em abril de 1757, a coroa portuguesa autorizou que realizassem na povoação de Estância vereações, audiências, arrematações e outros atos judiciais na alternativa dos juízes ordinários, acontecendo assim, a separação jurídica da Vila de Santa Luzia, então em franca decadência.

Depois de 74 anos, a povoação de Estância só fazia se desenvolver, pois, além da velha Capital, São Cristovão e Laranjeiras, alcançaria notoriedade nos campos cultural, econômico e político da Província de Sergipe d’El Rei. Para uma época em que a economia era basicamente direcionada na exportação de açúcar, Estância possuía bons portos marítimo-fluviais que a colocavam em comunicação direta com os centros mais desenvolvidos do país, Bahia e Pernambuco. Diante desse contexto em 25 de outubro de 1831, a sede da Vila de Santa Luzia é transferida para Estância, acontecendo assim um marco importante para a população da época que já aspirava esse título. Em 05 de março de 1835, é criada a sua Comarca, e finalmente pela Lei  Provincial 209  de 04 de Maio de 1848,  Estância é elevada a categoria de Cidade Constitucional ainda no império. Nesta época o governador da província era Zacarias de Góis e Vasconcelos.

Pelo visto a preocupação com a comemoração só acontece com o “quatro de maio”, entretanto, existe outra data que também é digna de comemoração. Pois para que  Estância adquirisse o status de cidade houve um longo caminho a ser percorrido que começou no período da Colônia. Com o passar dos anos e o empenho de seus primeiros habitantes para que acontecesse o desenvolvimento que não apareceu de um dia para outro. Foram vários anos de labuta para ser reconhecida como uma povoação em franco desenvolvimento que só começa a aparecer o resultado em abril de 1757. Observa-se que após 74 anos é que Estância recebe outro reconhecimento passando à categoria de Vila e quatro anos depois é criada a sua Comarca, começando o processo definitivo para a elevação de categoria de cidade.

Diante do exposto acima, nota-se que 25 de outubro é também uma data importante para ser comemorada a exemplo de 04 de maio que elevou a categoria de cidade. Naquela época a ação mais importante para uma povoação conseguir a sua  emancipação era ser classificada a condição de Vila Constitucional. O meu questionamento é porque pode se chegar a conclusão, de que para Estância adquirir o status de cidade fosse com uma simples decisão, sem nenhum critério como em um “passo de mágica”. Pelo contrário, houve vários fatores sócio-econômicos que levaram as autoridades da época a tomarem essa decisão que se tornou um fato importante na história política da cidade da Estância. Portanto seria interessante uma comemoração cívica pelos estancianos para também lembrar 25 de outubro de 1831.